Notas de um leitor desnorteado i

quando passeava por Praga, em cada espreitar de esquina existia uma livraria familiar, cada uma com o seu nicho e especialidade. Entrei em várias, por curiosidade. Os livros mantinham-se a pulsar, cheios de vida, a chamarem pela leitura. Eram sítios que cumpriam o pacto místico existente de cada voz interior que deseja ler. Por cá, as coisas demoram a acontecer, mas acontecerão, mais cedo ou mais tarde, creio que estou certo ao afirmar que estes nichos literários serão a salvação da leitura e escrita em Portugal. Para já, os espaços de venda mantêm-se como cemitérios de livros. Pequenas lápides mortas, amontoando-se, em grupos de dez, os dez mesmos, as dez receitas de como enganar a leitura, tudo o resto não cabe nas estantes. As grandes livrarias estão de facto apáticas e taciturnas

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