a propósito de Geórgicas...

conheci o poeta Fernando Echevarría, há cerca de um ano, num colóquio de Literatura Portuguesa, na Faculdade de Filosofia de Braga. Nesse colóquio, tal como ainda hoje o fez, o poeta assumia publicamente a sua preocupação e necessidade católica e espiritual da sua poesia. Na verdade, quem - como eu - se deixa encontrar, constantemente, na leitura filosófica com Levinas, mais tarde ou mais cedo se deparará com a poesia deste poeta, pois nele também poderemos saborear a mesma preocupação permanente do apelo pelo outro...
A obra de Fernando Echevarría "afirma continuamente o horizonte de transcendência como lugar onde o poético descobre, não só as condições teóricas da sua possibilidade, mas também o risco e o rigor da sua formulação. Na verdade, nestes versos encontramos um espírito poético de encontro com a matéria e o corpo das coisas: a terra, os bichos, as luzes, as penumbras, as formas, os volumes, os corpos.

Entre a massa negra primordial, o nada e o vazio intocável e a razão que tudo deseja apreender, nesta conjunção antagónica relapsa o não conhecimento e o conhecimento por onde se deixa trespassar o infinito do ser transfigurado num corpo em viagem para o próprio Ser.

A propósito de Geórgicas... Fernando foi distinguido, recentemente, pela igreja portuguesa com o prémio Nacional da Cultura Manuel Antunes. Parabéns Fernando

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