são mais de três milhões, os portugueses que lêem livros. Um facto muito curioso e, digo mesmo, até suspeito… mas que apesar disso muito me agrada. Na verdade, num país onde se crê haver mais pessoas a ler, o espaço que é dado à leitura e aos livros é cada vez mais mísero e estupidamente direccionado, já me explico… no país “floribelano” onde se lê mais, as páginas dos jornais e revistas, dedicadas ao facto, deixaram de ser necessárias, por isso simplesmente acabaram. Mas na verdade, se na imprensa a coisa anda assim (como o exemplo do Mil Folhas e 6.ª) também é um facto visível e até audível que há mais programas sobre a literatura na rádio e na televisão. Só que no poder do mediatismo, as pequenas editoras, que na realidade são as que fazem a correcta educação da leitura, não conseguem simplesmente entrar, pois nesses espaços as grandes editoras circulam, tal como "o jogo da cadeira" em que, apesar de ficar uma ou outra de fora, o espaço ocupado é sempre das mesmas e, como consequência, sempre dos mesmos autores. Dos novos valores da nossa literatura pouco ou nada se sabe…a leitura em Portugal faz-me recordar um pouco a relação que os portugueses também têm com a comida, pois se é certo que se come mais (e de mais), também é verdade que se come sempre do mesmo, e o fast-food da literatura depressa tornará as pessoas em leitores mais obesos. Se é verdade que se lê “cada vez mais”, também é verdade que se lê “cada vez mais” do mesmo
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