CAMINHADA COM LÍDIA JORGE
caminhante não há caminho
partilho as minhas caminhadas à beira mar, com conversas, entrevistas e programas gravados previamente no meu podcast. Na caminhada de hoje ouvi a entrevista de Carlos Vaz Marques com Lídia Jorge, conversa Pessoal e Transmissível. Entre o compasso dos passos, Lídia Jorge falava sobre a estreita ligação da criação literária com a do Doutor Frankenstein, pois no fundo ambas são feitas de um mesmo recoser de trapos humanos, uniões que criam o monstro e a carne no corpo textual. Ainda segundo a mesma, entre a literatura e a psicanálise há muito em comum, “ambas acham que o mundo é uma extensa narrativa e as personagens somos nós e estamos a tempo de criar o nosso destino”. A autora alerta-nos para a linha de perigo da literatura em procurar constantemente deixar uma questão em aberto no mundo, no seu caso, a fantasia, o “era uma vez” procura a causa para poder interrogar a vida.
“Agir é preciso”, invoca o psicanalista Osvaldo Campos, o Dom Quixote de Lídia, “ a sua criatura” com uma atitude não só libertadora como também da acção originada pela compaixão, a mesma compaixão que a sociedade moderna marca como “os tolos do presente”.
Por entre as várias partilhas de oficina de escrita do universo literário, a entrevista termina com a teoria da conspiração, não a da vida, que a autora prontamente se opôs, mas a da literatura, de que algo existe na sombra capaz de criar o desenlace do romance. Da conspiração da vida, Lídia Jorge acusa o acordo tácito entre os meios de comunicação, sobre aquilo que é o romance, quando a escrita é, essencialmente, um espaço de pensamento. E diz a autora “há uma sociedade que se submete à elite e uma elite que não se interessa minimamente pelo destino dos outros…”
Por último, ficou a frase que me fez pensar o resto do caminho, Ana Fausta, a assistente de Osvaldo Campos, conta-lhe sobre algo que ouviu na rádio: “sabe qual é a minha ideia” conta ela “ é que o poder é dado aos parvos, para que alguns inteligentes governem o mundo sem ninguém dar por nada”.
No fim da entrevista, estava em casa, não me recordava da caminhada, nem do caminho, mas sei que passei por lá
“Agir é preciso”, invoca o psicanalista Osvaldo Campos, o Dom Quixote de Lídia, “ a sua criatura” com uma atitude não só libertadora como também da acção originada pela compaixão, a mesma compaixão que a sociedade moderna marca como “os tolos do presente”.
Por entre as várias partilhas de oficina de escrita do universo literário, a entrevista termina com a teoria da conspiração, não a da vida, que a autora prontamente se opôs, mas a da literatura, de que algo existe na sombra capaz de criar o desenlace do romance. Da conspiração da vida, Lídia Jorge acusa o acordo tácito entre os meios de comunicação, sobre aquilo que é o romance, quando a escrita é, essencialmente, um espaço de pensamento. E diz a autora “há uma sociedade que se submete à elite e uma elite que não se interessa minimamente pelo destino dos outros…”
Por último, ficou a frase que me fez pensar o resto do caminho, Ana Fausta, a assistente de Osvaldo Campos, conta-lhe sobre algo que ouviu na rádio: “sabe qual é a minha ideia” conta ela “ é que o poder é dado aos parvos, para que alguns inteligentes governem o mundo sem ninguém dar por nada”.
No fim da entrevista, estava em casa, não me recordava da caminhada, nem do caminho, mas sei que passei por lá
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