Notas de um leitor desnorteado iii
recentemente fiz, no mesmo dia e no mesmo espaço, uma visita a uma Bertrand e a uma Fnac, dois grandes restaurantes do MacDonalds literário português, sempre com os tais "menus" dos rankings de venda à porta. Nunca encontrei um espaço carregado com tanta poluição literária. Os livros plásticos amontoavam-se, conforme o interesse de vendas, de tal forma que no mesmo escaparate, preenchido com livros de uma ponta a outra, não existiam mais do que oito ou nove títulos diferentes. A Literatura Portuguesa desapareceu para dar lugar à Literatura Lusófona, assim, os autores portugueses resumiam-se praticamente aos antigos, com um ou outro nome actual mais mediático. De resto, neste espaço dedicado à lusofonia, deparei com mais de metade da prateleira preenchida somente com um nome, Paulo Coelho. Quis encontrar livros de Agustina, apenas dois jaziam empoeirados atrás de uma outra fila de livros, somente na Fnac, a Bertrand não tinha. Saí dali cheio de fome
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