Mário Rebelo de Sousa, pincéis em vez de dedos
há muito que ando para vos falar de um grande amigo que tem pincéis onde deveria ter dedos, falo-vos do pintor Mário Rebelo de Sousa, que recentemente aceitou ilustrar um dos contos para o futuro livro - a sair algum dia - O Estrangulador de Bonecos de Neve.
Quem me lê sabe perfeitamente que a pintura é também um estado de escrita. Só na Trilogia da Experiência, por exemplo, podemos encontrar sobretudo Goya, mas também Helena d’ Almeida, Isabel Ferreira Alves, etc.Mas voltemos a Mário. Quem o conhece entende que este não é apenas um pintor surrealista da contemporaneidade, ele também é um ícone da própria modernidade surrealista, cujos desenhos, “os macacos” - como ele lhes chama - evidenciam uma sempre renovação da ideia onírica da afiguração.
Conheci o Mário ainda na sua fase em tudo semelhante a “Salvador Dali”, os seus quadros de então faziam-se crescer por meio de estacas que penduravam os corpos num continuum texto pintado. Nessa altura dediquei-lhe um poema presente na minha primeira publicação, Laivo. Desde então a amizade foi-se sempre adensando, e o crescimento foi mútuo, dentro da própria leitura do ser-se e estar-se na Arte. Do que percebo e entendo digo-vos que Mário é sobretudo um dos poucos pintores vivos portugueses, capaz de renovar, constantemente, o conceito do surrealismo, mostrando que ainda há muito para fazer, nessa curvatura espacio-temporal pendurado num traço a que chamamos pintura. Nos seus desenhos ainda procuro influências e inspiração textual, pois as cores e esboços revelam constantes leituras figurinistas sempre a propósito de uma boa história.
Conheci o Mário ainda na sua fase em tudo semelhante a “Salvador Dali”, os seus quadros de então faziam-se crescer por meio de estacas que penduravam os corpos num continuum texto pintado. Nessa altura dediquei-lhe um poema presente na minha primeira publicação, Laivo. Desde então a amizade foi-se sempre adensando, e o crescimento foi mútuo, dentro da própria leitura do ser-se e estar-se na Arte. Do que percebo e entendo digo-vos que Mário é sobretudo um dos poucos pintores vivos portugueses, capaz de renovar, constantemente, o conceito do surrealismo, mostrando que ainda há muito para fazer, nessa curvatura espacio-temporal pendurado num traço a que chamamos pintura. Nos seus desenhos ainda procuro influências e inspiração textual, pois as cores e esboços revelam constantes leituras figurinistas sempre a propósito de uma boa história.
Estive presente numa fantástica exposição de pintura do artista, cujo tema era “As Mulheres”, e encontrei não só novos trabalhos, como um artista novamente pintado de inovação, os desenhos minuciosos vêm carregados de histórias e leituras possíveis.
Mas mais do que ver pintura é ouvir a pintura, pois estar presente numa exposição com este pintor é deslumbrante, já que o Mário Rebelo de Sousa torna-se também ele um contador de histórias à medida que assistimos ao movimento físico das cores... e ao ouvi-las denotamos que realmente as pinturas estão carregadas de pormenores encantadores.
Mas mais do que ver pintura é ouvir a pintura, pois estar presente numa exposição com este pintor é deslumbrante, já que o Mário Rebelo de Sousa torna-se também ele um contador de histórias à medida que assistimos ao movimento físico das cores... e ao ouvi-las denotamos que realmente as pinturas estão carregadas de pormenores encantadores.
Mário ainda é desconhecido para alguns, não teve a sorte de fugir para o estrangeiro com as suas ferramentas, como tantos, ficou por cá, mas faz-nos perceber que não tem pressa, já que o artista plástico não procura fazer-se ver, mas sim antes fazer-se crer… nos macacos que pinta, nas histórias que conta, nos textos-traço-e-cor que ainda tem por escrever na figuração das suas histórias
Comentários
Se não puder também não há problema, acho que poderia interessar mais se tivesse uma foto ilustrativa.
Agradecida pela atenção!