A palavra ótima não é uma óptima palavra

até o "scrable" fica mais pobre
como escritor, jamais assumirei, na minha escrita, as alterações previstas pelo novo acordo ortográfico, por as achar, na sua maior parte, descabidas e desnecessárias. O leitor terá em mim o "dêem" e "crêem" com o telhado necessário à casa do "e"; o óptimo e a facção... como palavras carregadas de consoantes belas que suspendem a língua atrás da boca; os nomes dos monumentos importantes, os edifícios, os pontos cardinais, as estações do ano, com a maiúscula que demonstra o gigante necessário à sua construção.
Orgulho-me de também ter sido um dos assinantes da petição que na próxima quarta feira será debatida por um parlamento adormecido e que já sabe a lição bem de cor
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Comentários

Unknown disse…
Concordo plenamente com o que dizes.
Por esse motivo vais continuar na minha prateleira dos escritores de excepção e não de exceção.
miguel disse…
como escritor deveria saber que a norma escrita é e sempre foi uma convenção.Este acordo não influencia a forma como falamos mas sim a forma como escrevem
A língua não é nossa, é de quem a fala, isto é de 230 milhões de pessoas no mundo.
É de uma ingenuidade patética dizer que tanto politicamente como economicamente este acordo só favorece o Brasil. Este acordo favorece sobretudo Portugal e o futuro da sua sobrevivência como nação soberana e independente.
Para as gerações vindouras é absolutamente indiferente a forma como actualmente escrevemos. Só alguém com uma total falta de noção do que é a evolução de uma língua e da sua norma escrita poderá achar que esta é imutável.
É relevante e de extrema importância para Portugal que a língua falada no Brasil (por 180milhões) seja chamada de português (porque o é!) e que não se autonomize passando a chamar-se brasileiro como muitas das opiniões que circulam pela internet reclamam.
Dentro de cem anos é determinante que a língua falada no Brasil e em Portugal seja a mesma e que não se considere que existe uma língua menor falada por apenas 10 milhões de habitantes de uma sub-região da Europa dominada económica e politicamente por Espanha e pela sua língua: o castelhano.
E é bom que ninguém se esqueça que os países africanos de língua oficial portuguesa irão sempre adaptar-se à ortografia Brasileira.
Eu também tenho muita pena entre outras coisas de perder as consoantes mudas.
Mas tenho a noção clara da importância geopolítica que este acordo tem para Portugal.
E se este desacordo existe é porque Portugal ao contrário de outros países europeus nunca possuiu uma academia da língua realmente forte e competente que convencionasse de forma universal o modo comum de escrever português.
Aqui no Brasil não temos escolha. De minha vontade, eu seria literalmente aportuguesada (ibérica como a fonte original) e, como você, dispensaria com asco o acordo ortográfico (patético, diga-se). É algo longe das alçadas de intervenção nestas terras de cá e a respeito do qual só resta a frustração e o conformismo (ao menos de quem enxerga a obviedade inútil da circunstância)...
Ricardo F. Diogo disse…
Olá Carlos.Fiz uma referência à sua mensagem no Ler Digital, do que lhe venho dar conta. Um abraço.

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