As novas tendências do herói literário (cont.)
na verdade o novo herói também nada parece ter de herói romântico, dele apenas colhe os sentimentos pluviais, aqueles que polvilham na pele sem a força antiga que rompia o coração de quem as lia, frases antigas, contudo ainda universais, capazes de criar discursos impossíveis de dizer, mas que proliferavam então nas cartas de amor que ficavam para a história.
Na verdade o novo herói literário também sofre de amor, só que carregado, entulhado de clichés e lugares ultra-comuns. Frases de amor, propriamente ditas, não há, a haver são incompletas, sobrecarregadas de exclamações e interjeições sofríveis, e o sofrimento de um "herói pop" é igual em todos os livros, seja qual for a situação, em vez de possíveis citações encontramos apenas muitas lágrimas, baba e ranho, como se todo o romantismo estivesse apenas no barulho do sofrimento originado pelo encontro ou desencontro amoroso.
Por vez do tal discurso que dava cor ao gesto, o romantismo da literatura de agora não tem herói nem anti-herói, mas sim um chato de herói, cujas falas apenas encontro equivalente nas palavras com letras cortadas que nos enviam através das sms para poupar tempo, frases essas remelosas e, por isso, usadas muitas vezes como títulos, nas montras de algumas livrarias
Por vez do tal discurso que dava cor ao gesto, o romantismo da literatura de agora não tem herói nem anti-herói, mas sim um chato de herói, cujas falas apenas encontro equivalente nas palavras com letras cortadas que nos enviam através das sms para poupar tempo, frases essas remelosas e, por isso, usadas muitas vezes como títulos, nas montras de algumas livrarias