"The Cove", o documentário (part. 2)
ainda sobre o documentário "The Cove", o que mais me fascinou neste filme foi essencialmente o apelo à transfiguração social do herói amorfo que existe em cada um de nós. Um documentário que não procura a denúncia, que também está lá, mas sobretudo a acção. Levar a espectador a agir é de facto o leitmotiv para espoletar a heroicidade adormecida e deturpada pelo consumismo derrotista e bobo (do indivíduo). O que o documentário nos explica e nos pede para fazer é escrevermos uma carta ao nosso "governo", alertando-o para as nossas preocupações... uma carta de intervenção, que é já por si um acto de heroísmo, mostrando que não nos devemos deixar comer como uma papa da apatia social ... (até o site do filme nos explica como o fazer). O documentário começa assim mesmo, com um grupo de amigos movidos pela coragem que procuram documentar um, chamemos-lhe assim, assassinato colectivo de golfinhos, sobe a própria alçada camuflada do governo japonês. No filme, este primeiro herói individual depressa contagia o herói colectivo a mover-se numa máquina de espionagem contra tudo e todos, face ao poder (económico e político), por fim este efeito dominó de heroicidade tem o seu objectivo alcançado e o espectador deseja também fazer parte dele como uma peça fundamental de toda a história.
Tem graça como tudo isto chega até nós na bela forma de um golfinho, o mamífero que parece estar sempre a sorrir
Tem graça como tudo isto chega até nós na bela forma de um golfinho, o mamífero que parece estar sempre a sorrir