o menino de prata

havia uma vez um menino de prata que vivia no fundo de um rio. Era um menino muito feliz e todos os peixes gostavam de brincar com ele. O seu passatempo favorito era atirar os peixes para o alto, até eles saírem da película final de água e voltarem a entrar, contorcendo o corpo num mergulho espectacular. As pessoas do exterior pensavam que/ os peixes saltavam da água sozinhos, como forma de combater a corrente/ mas se as pessoas não pensassem tanto com a razão e deixassem antes a imaginação tomar conta delas, aí sim olhariam com outros olhos para o fundo do rio e veriam o menino de prata a brincar com os seus amigos peixes/ o menino sabia que, quando as pessoas se aproximavam da água avistavam sempre a própria imagem reflectida, por isso, sempre que um humano se aproximava, não o fazia movido pela curiosidade do fundo/ mas antes para se pentear de novo, porque o vento tinha a mania que era uma espécie de cabeleireiro dos penteados esfrangalhados.
passagem de "O menino de prata", in Carlos Vaz, Histórias para um Natal


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