objecto voador quase identificado
hoje. na TSF, vários escritores falavam, a propósito da Feira do Livro, sobre livros e leituras. Não consegui identificar parte da conversa, pois quem passa cá pelas bandas de Caminha ouve um misto esquisito de rádio ONDA ZERO, Espanhola, com rádios portuguesas pouco aconselháveis. Na verdade, para quem atravessa esta região, poucos são os canais portugueses que se apanham em condições...
mas voltemos ao início, como dizia, entre as vozes dos vários escritores na TSF, e a da suposta "Palomita", locutora da ONDA ZERO, consegui ouvir uma frase que escapou e ficou no carro: os portugueses deviam estar mais alertas, libertarem-se um pouco do futebol, e respirarem outros ares, por isso, em vez de um estádio, deveriam procurar, também, uma Feira do Livro.
Bonito, e concordo perfeitamente, mas para os portugueses o livro não é um objecto voador como a sua divina e intocável bola, para eles, o livro não tem espaço nas suas vidas, porque não lhe identificam qualquer religiosidade.
Nesta viagem pelas "terras espanholas de Portugal", passei por duas feiras cheias de povo, e foi aí que me ocorreu esta excelente ideia: se querem gente nas Feiras do Livro, primeiro devem procurar o patrocínio das cervejarias, depois com a ajuda da SporTV, instalarem um ecrã gigante para projectarem os jogos ou, quem sabe, uma ou outra novela cheia de boas beijocas e lágrimas a condizer; depois ponham música ambiente, tipo "mexe a bundinha, mexe a cabecinha". Por fim, retirem todos os livros das barracas, ponham antes fêveras, bifanas e uma boa sardinhada...
Afinal de contas, penso que os portugueses gostam sempre dos mesmos ares...
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