os jogos da jarra
por entre as coisas da sala
há uma jarra cheia de água
os objectos que a perpassam
tomam um corpo arredondado a meio e esguio no alto
encerrando nela uma forma geometricamente descoordenada de existir
tomo-a como o centro de uma circunferência
e giro em redor como só os satélites o fazem
entre mim e as coisas, jogam-se, assim, novas formas de ver
o mundo que está no mundo
no lado diurno da circunferência
habitam os rostos e os objectos que me observam
aprisionados como os génios em lamparinas
ou secretas mensagens à deriva numa garrafa
no lado nocturno, habitam os olhares dos cegos
que, como borboletas, avançam na espiral do jogo
até as sombras da incerteza e as imagens descuradas do real
encherem o copo do poema
há uma jarra cheia de água
os objectos que a perpassam
tomam um corpo arredondado a meio e esguio no alto
encerrando nela uma forma geometricamente descoordenada de existir
tomo-a como o centro de uma circunferência
e giro em redor como só os satélites o fazem
entre mim e as coisas, jogam-se, assim, novas formas de ver
o mundo que está no mundo
no lado diurno da circunferência
habitam os rostos e os objectos que me observam
aprisionados como os génios em lamparinas
ou secretas mensagens à deriva numa garrafa
no lado nocturno, habitam os olhares dos cegos
que, como borboletas, avançam na espiral do jogo
até as sombras da incerteza e as imagens descuradas do real
encherem o copo do poema
Carlos Vaz
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