a guerra não é um espectáculo


na sociedade do espectáculo (ver vagamundos), a guerra é tida como tal, como um espectáculo, alimentando-se das imagens que explodem como jogos de vídeo. Na verdade, o espectáculo da guerra deixa-nos cada vez mais imparciais face às mortes e horrores causados.
O que mais me estremece nas imagens não são as explosões, mas antes a forma como nos é transmitido os seus efeitos, já explico: há dias, no Líbano, um prédio de três andares foi pelos ares, morreram cerca de 50 pessoas, entre as quais muitas crianças. A morte no espectáculo é um número, neste caso, o número 50 que tudo tornou impessoal e distante. Na sociedade do espectáculo há esta estranha forma de lidar com a morte. Por vez dos efeitos exploram-se as causas até à exaustão. Apontam-se as explosões, os números, as logísticas, dividindo o cenário em dois lados, mas a verdade é que já não existem lados, apenas jogos de espectáculo...
Por entre o espectáculo de que a sociedade se alimenta, o que ficou por dizer foi o anónimo, muitos e muitos anónimos sem espectáculo nenhum

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