os caroços de Fernanda Gomes
Museu de Arte Contemporânea, Serralves
aproveitei este fim-de-semana para visitar as exposições do museu de Arte Contemporânea de Serralves. O que me levou lá foi a curiosidade pelo traço que preenche o espaço de Gigo e as “sombras” espaciais do diário de Barry Le Va, que vos falarei no próximo Post. Mas se Gego e Barry foram, na verdade, interessantes, embora este último à sua maneira, no piso inferior deparei-me com aquilo que parecia ser o final de uma pequena festa em que “os restos” ficaram espalhados um pouco por todo o lado. O que encontrei neste piso retratava um amplo espaço de arte que consistia no que aqui vos passo a descrever: quatro ou cinco copos de água cheios; um saquinho com uma pedra dentro; dois ou três vidros no chão; três caroços de pêra; dois fardos de palha; uma broa de Avintes; duas linhas suspensas, uma com uma rolha atada na ponta...
(esta é uma das “artes” que interrogo nos diálogos com Goya no Capricho 43, a sair no próximo mês.)
Não é de admirar, por que motivo é que têm andado à baila as polémicas em torna das empregadas de limpeza de alguns museus.
Não me parece que alguém tenha achado alguma graça àqueles objectos da artista em causa, Fernanda Gomes, e que aqui passo a citar:
Fernanda Gomes é uma artista brasileira cuja obra tem vindo a ser bastante reconhecida internacionalmente ao longo da última década. No seu trabalho, reutiliza frequentemente objectos encontrados, os quais recicla e transforma de modo a reconstruir com eles uma tão subtil quanto muitas vezes invisível e transparente arquitectura dos espaços. A artista reinventa objectos existentes de modo a estabelecer relações com o local onde os apresenta e com outros objectos próximos, trabalhando as suas formas num desafio à memória individual e à imaginação. Os objectos, cuidadosamente situados, são individualmente tão importantes como o todo da exposição. Ao tecer uma rede poética e estética de objectos e situações para os visitantes descobrirem, Gomes recupera materiais prosaicos e ignorados, na tradição de Lygia Clark, Hélio Oiticica e Artur Barrio. Para a sua exposição no Museu de Serralves, Fernanda Gomes desenvolverá um novo projecto no qual integrará várias obras anteriormente realizadas, trabalhando em simultâneo a relação da arquitectura interior das galerias do Museu com o espaço exterior do Parque que o circunda.
Não sei, mas ao ler isto e ao procurar um verdadeiro gosto de criação de alguma verdade estética capaz de caracterizar a arte, lembrei-me um pouco daquele célebre conto, em que todos viam um rei vestido, mas só a criança, na sua inocência teve a coragem de dizer que “o rei vai nu”, assim como a arte de Fernanda Gomes também o vai
(esta é uma das “artes” que interrogo nos diálogos com Goya no Capricho 43, a sair no próximo mês.)
Não é de admirar, por que motivo é que têm andado à baila as polémicas em torna das empregadas de limpeza de alguns museus.
Não me parece que alguém tenha achado alguma graça àqueles objectos da artista em causa, Fernanda Gomes, e que aqui passo a citar:
Fernanda Gomes é uma artista brasileira cuja obra tem vindo a ser bastante reconhecida internacionalmente ao longo da última década. No seu trabalho, reutiliza frequentemente objectos encontrados, os quais recicla e transforma de modo a reconstruir com eles uma tão subtil quanto muitas vezes invisível e transparente arquitectura dos espaços. A artista reinventa objectos existentes de modo a estabelecer relações com o local onde os apresenta e com outros objectos próximos, trabalhando as suas formas num desafio à memória individual e à imaginação. Os objectos, cuidadosamente situados, são individualmente tão importantes como o todo da exposição. Ao tecer uma rede poética e estética de objectos e situações para os visitantes descobrirem, Gomes recupera materiais prosaicos e ignorados, na tradição de Lygia Clark, Hélio Oiticica e Artur Barrio. Para a sua exposição no Museu de Serralves, Fernanda Gomes desenvolverá um novo projecto no qual integrará várias obras anteriormente realizadas, trabalhando em simultâneo a relação da arquitectura interior das galerias do Museu com o espaço exterior do Parque que o circunda.
Não sei, mas ao ler isto e ao procurar um verdadeiro gosto de criação de alguma verdade estética capaz de caracterizar a arte, lembrei-me um pouco daquele célebre conto, em que todos viam um rei vestido, mas só a criança, na sua inocência teve a coragem de dizer que “o rei vai nu”, assim como a arte de Fernanda Gomes também o vai
Comentários