e.p.

OTRO ABISMO de Diana Dreyfus
coloquemos um homem na base mais recôndita do oceano
onde o corpo não é mais do que um fluxo de escuridão

depois dos ossos esmagados pela pressão
o corpo tomaria a monstruosidade das mesmas formas
que nele habitam
e nascer-lhe-iam luzes na boca para atrair até si
os monstros que moram no lodo

cego, tomaria apenas os paladares do escuro
e o firmamento não traçaria qualquer destino para o homem
a não ser o da gravidade que lhe trucida as costas
e que aos poucos o sepulcra
até ser ele também um monstro escondido no lodo

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