admito que até hoje pouco conhecia do autor, outras leituras me distraíram e fizeram distanciar da importância de ler e saber ler Camus.
Foi na livraria Pára e Lê, estava à procura de mais um livro de Italo Calvino, quando sem querer me veio escolher o livro "O Mito de Sísifo" do escritor e filosofo Argelino Albert Camus, pertencente à trilogia do autor (juntamente com o Estrangeiro, próximo livro a ler, e Calígula), ainda por cima inteiramente dedicado ao pensamento do absurdo. Um tema que me apraz e que trabalho de forma um pouco diferente na figura do monstro no Capricho 43 (a sair em Março).
O homem absurdo e o seu mundo tomam absurdamente diversos sentidos e significados, ou não seria absurdo. O lado monstruoso do homem, o monstro que ama, que ri que chora, a estranheza de se ser um estranho, um inumano esteticamente absurdo para o mundo, pois "No fundo de toda a beleza jaz qualquer coisa de inumano" e continua "Esse mal-estar ante a inumanidade do próprio homem, essa queda incalculável ante a imagem daquilo que somos, essa «naúsea», como lhe chama um autor dos nossos dias, é também o absurdo." O homem será um eterno mecanismo de angústia e felicidade, a angústia de ter uma obra para fazer, de ter uma labuta para subir, tal como Sísifo o fez com a sua enorme rocha até ao alto da montanha, e depois voltar aos dias da planície, ao sossego à redenção para com o mundo. Algures entre o rir e o sofrer, o homem volta-se e vê-se como corpo de absurdo sem sentido. E desta forma entramos pelas paredes do absurdo, uma espécie de casulo de Francis Bacon, onde se singularizam as diversas inumanidades possíveis, até nos descobrirmos como estranhos, já que nos encontramos "a viver como se ninguém soubesse".
Sobre o absurdo mais escreverei à frente, primeiro tenho de subir até ao alto de O Mito de Sísifo. Faço-o de lápis na mão, em vez de um rochedo, tomo notas, escrevo relações de pensamento, sigo Sartre nalgumas dilações, e o primeiro capítulo encontra-se já com um outro texto sobre o próprio texto. Findo aqui... tenho um lápis para rolar
Foi na livraria Pára e Lê, estava à procura de mais um livro de Italo Calvino, quando sem querer me veio escolher o livro "O Mito de Sísifo" do escritor e filosofo Argelino Albert Camus, pertencente à trilogia do autor (juntamente com o Estrangeiro, próximo livro a ler, e Calígula), ainda por cima inteiramente dedicado ao pensamento do absurdo. Um tema que me apraz e que trabalho de forma um pouco diferente na figura do monstro no Capricho 43 (a sair em Março).
O homem absurdo e o seu mundo tomam absurdamente diversos sentidos e significados, ou não seria absurdo. O lado monstruoso do homem, o monstro que ama, que ri que chora, a estranheza de se ser um estranho, um inumano esteticamente absurdo para o mundo, pois "No fundo de toda a beleza jaz qualquer coisa de inumano" e continua "Esse mal-estar ante a inumanidade do próprio homem, essa queda incalculável ante a imagem daquilo que somos, essa «naúsea», como lhe chama um autor dos nossos dias, é também o absurdo." O homem será um eterno mecanismo de angústia e felicidade, a angústia de ter uma obra para fazer, de ter uma labuta para subir, tal como Sísifo o fez com a sua enorme rocha até ao alto da montanha, e depois voltar aos dias da planície, ao sossego à redenção para com o mundo. Algures entre o rir e o sofrer, o homem volta-se e vê-se como corpo de absurdo sem sentido. E desta forma entramos pelas paredes do absurdo, uma espécie de casulo de Francis Bacon, onde se singularizam as diversas inumanidades possíveis, até nos descobrirmos como estranhos, já que nos encontramos "a viver como se ninguém soubesse".
Sobre o absurdo mais escreverei à frente, primeiro tenho de subir até ao alto de O Mito de Sísifo. Faço-o de lápis na mão, em vez de um rochedo, tomo notas, escrevo relações de pensamento, sigo Sartre nalgumas dilações, e o primeiro capítulo encontra-se já com um outro texto sobre o próprio texto. Findo aqui... tenho um lápis para rolar
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