um turbante e um petroleiro foram às Bodas de Caná
virado de costas para a Mona Lisa pude contemplar a belíssima e imensa pintura as Bodas de Caná de Veronés. Comigo estavam outros estrangeiros, principalmente orientais, que também a apreciavam. Estava nisto quando aconteceu o inacreditável no espaço cultural mais simbólico do Ocidente civilizado... de repente aconteceu um alvoroço nunca visto… os guardas corriam por todo e para todo o lado… em segundos entraram forças especiais à paisana, de uma forma que mais pareciam camionistas dispostos a matar… e arrastaram literalmente todos os estrangeiros que admiravam aquele quadro de fraternidade. A Catarina foi puxada pela mala, eu pelo braço… e assim ficamos, assustados, com toda esta cena a decorrer. Pensei, por momentos, que provavelmente estaríamos perante um assalto, ou algo parecido. Os estrangeiros ali presentes ficaram nervosos com todo aquele puxão, protestando vivamente... e no fim... eis que entra o causador de toda azáfama: um Petroleiro, assim o denominei alguns momentos mais tarde, uma espécie de Kadafi entrava de visita. Ali esperamos rodeados de forças especiais para que o Petroleiro Islâmico, de turbante pomposo, passasse com a sua comitiva. Mas isto não é tudo, esqueci-me de vos contar um pormenor bem mais importante, como sabem é proibido fotografar as velhas pinturas, no Louvre, pois as imagens - cansadas dos quadros - tendem a desaparecer, de tal forma que os guardas são incansáveis, procurando os flashs que se espalham um pouco por todo o lado. Pois bem, os flashs da comitiva do dito Petroleiro eram provavelmente umas dezenas, para além das fortes luzes que as câmaras de filmar deitavam.
Assim fiquei, contra a parede, com um camionista à paisana a observar cada movimento que fazia. Ao fim de alguns minutos, saíram dali, fecharam as salas contíguas, até o Petroleiro desaparecer.
Soube mais tarde, pelo jornal Le Monde, que ainda tenho guardado, que toda a algazarra se tratara de um “ultra, mega, rifixe” milionário que iria ejectar dinheiro no Louvre.
Moral da história, se tudo isto tivesse ocorrido em Portugal, eu teria dito: “só mesmo em Portugal”, mas como não foi, foi em Paris, a Cidade da Luz, da Liberdade, Fraternidade, Igualdade continuei a admirar As Bodas de Caná, só que agora bem mais fosco e aturdido pelos flashs, ou pelo Petroleiro Islâmico, tanto faz
virado de costas para a Mona Lisa pude contemplar a belíssima e imensa pintura as Bodas de Caná de Veronés. Comigo estavam outros estrangeiros, principalmente orientais, que também a apreciavam. Estava nisto quando aconteceu o inacreditável no espaço cultural mais simbólico do Ocidente civilizado... de repente aconteceu um alvoroço nunca visto… os guardas corriam por todo e para todo o lado… em segundos entraram forças especiais à paisana, de uma forma que mais pareciam camionistas dispostos a matar… e arrastaram literalmente todos os estrangeiros que admiravam aquele quadro de fraternidade. A Catarina foi puxada pela mala, eu pelo braço… e assim ficamos, assustados, com toda esta cena a decorrer. Pensei, por momentos, que provavelmente estaríamos perante um assalto, ou algo parecido. Os estrangeiros ali presentes ficaram nervosos com todo aquele puxão, protestando vivamente... e no fim... eis que entra o causador de toda azáfama: um Petroleiro, assim o denominei alguns momentos mais tarde, uma espécie de Kadafi entrava de visita. Ali esperamos rodeados de forças especiais para que o Petroleiro Islâmico, de turbante pomposo, passasse com a sua comitiva. Mas isto não é tudo, esqueci-me de vos contar um pormenor bem mais importante, como sabem é proibido fotografar as velhas pinturas, no Louvre, pois as imagens - cansadas dos quadros - tendem a desaparecer, de tal forma que os guardas são incansáveis, procurando os flashs que se espalham um pouco por todo o lado. Pois bem, os flashs da comitiva do dito Petroleiro eram provavelmente umas dezenas, para além das fortes luzes que as câmaras de filmar deitavam.
Assim fiquei, contra a parede, com um camionista à paisana a observar cada movimento que fazia. Ao fim de alguns minutos, saíram dali, fecharam as salas contíguas, até o Petroleiro desaparecer.
Soube mais tarde, pelo jornal Le Monde, que ainda tenho guardado, que toda a algazarra se tratara de um “ultra, mega, rifixe” milionário que iria ejectar dinheiro no Louvre.
Moral da história, se tudo isto tivesse ocorrido em Portugal, eu teria dito: “só mesmo em Portugal”, mas como não foi, foi em Paris, a Cidade da Luz, da Liberdade, Fraternidade, Igualdade continuei a admirar As Bodas de Caná, só que agora bem mais fosco e aturdido pelos flashs, ou pelo Petroleiro Islâmico, tanto faz
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