"Bispo Vermelho" de Jorge Pinheiro
encontrei-me pela primeira vez com um quadro de Jorge Pinheiro, na Bienal de Vila Nova de Cerveira. Foi uma experiência inesquecível gerada pelo prazer estético das cores e da nitidez dos tons. Deste criador, observei um daqueles quadros que, no fim de uma exposição, nos fazem retomar todo o caminho para trás, para contemplá-lo de novo, vezes sem conta. A pintura de que vos falo é um excelente trabalho a óleo sobre base de acrílico sobre tela e que tinha como título apenas uma dedicatória “Ao povo Alentejano”. Dessa lugar de encontro fiz, até, um poema alusivo à "morte verde" da pintura que então experimentei, um verde como nunca vi e que nem sabia poder um dia vir a existir.
Em J.P. as cores têm a sua própria dimensão e somente na pureza das tonalidades, dentro da própria natureza da cor, é que se gera um sem fim de possibilidades da mesma hipótese de estar na matiz, fazendo dela sair mundos vermelhos, azuis, verdes, etc. Esta experiência de encontro com a individualização da cor - que no fundo parece não ser a cor, mas sim possibilidades infindas que se aproximam - como dizia, nesta experiência, apreendemos os corpos gerados pelo prisma que é o pintor. Por isso, em cada quadro, as experiências se individualizam, tal como numa experiência de Newton.
De lá para cá, os encontros com a obra de Jorge Pinheiro têm-se sucedido, insistindo nesse experiência particular de estar na pintura, como uma primeira e irrepetível pureza do corpo visual.
Como viram, existe um novo espaço neste blog ao qual denominei NA PAREDE, no fundo são estes quadros - e os de outros autores - contemporâneos ou não, que serão colocados na parede de encontro com as cores. Deles apenas falarei como amador, sempre como um daltónico face à técnica de pintar, deles somente destacarei as possibilidades de encontro. Por isso, espero que gostem

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