nunca ouvi falar de tal livro, mas talvez me tivesse dado alguma ajuda na seguinte conversa (ou não)
toca o telefone... é um número anónimo. Ouvem-se, ao longe, algumas conversas. Segue-se uma identificação credível: Empresa de Sondagens. E assim começa o diálogo:
- sim?!
- boa tarde.
- boa tarde.
- meu nome é Jorge Ribeiro, sou técnico de uma empresa de sondagens que está ao serviço da Câmara Municipal de Caminha (segunda identificação credível)…
- sim...
- gostaria de lhe fazer umas perguntas para um estudo que está a ser realizado sobre as escolhas televisivas…
- com certeza, diga…
- não demoro muito, aqui vai… (pausa) o senhor vê televisão quantas horas por dia?
- uma… juntando todos os pedacinhos soltos… talvez uma hora… noticiário e isso…
- muito bem. Qual o seu canal preferido?
- no meio de tanta porcaria, vejo a 2:
- (repetição) muito bem. Que programa costuma ver mais?
- talvez as notícias… na 2: claro!
- (terceira repetição descabida) ora muito bem, parabéns. O senhor acaba de ser o vencedor do nosso sorteio aleatório (mesmo ao lado, ouvem-se outras vozes a dizer o mesmo), foi um sorteio feito pelo nosso computador, por isso o senhor tem direito a receber um prémio que não podemos revelar já… para tal terá de o levantar até às 22h00m… no hotel que lhe vou aqui dizer…
- desculpe, mas não estou interessado em nenhum prémio.
- como não está?!
- já estou bem farto destes telefonemas. Pensei que fosse uma coisa séria… contribui com toda a minha sinceridade nas questões e afinal não passa de um embuste telefónico. Por que raio me ia dar um prémio?
- (mudança brusca de voz) mas o senhor é burro ou faz-se?
- desculpe, mas vou desligar.
Ainda se ouve ao longe:
- vai para a p… que te pariu home…
Barulho do telefone, seguido de um som uníssono e contínuo…

Ficou o pensamento: quantas pessoas não terão caído na esparrela?

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