ver site the grudge
raramente perco um bom filme de terror, mas a verdade é que este género, a meu ver, foi dos que mais se deixou corromper pela máquina de Hollywood que adapta um único guião para tantos chouriços. Na verdade, num filme de terror americano, os lugares repetem-se vezes sem conta: olha-se para a esquerda e o Mal aparece da direita; a mão enganadora sobre o ombro; procura-se um carro com problemas de ignição; recorre-se a um grupo de adolescentes, óptima cobaia para uma experiência de emoções; etc.
Não falo deste tipo de filmes de terror, não. Falo daqueles que trazem novidades, que vêm carregados de figuras do próprio medo humano.
Nos últimos tempos, tenho descoberto os filmes de terror vindos do oriente (Japonês, Coreano, etc.), por isso neste fim-de-semana fui ver o The Grudge 2, de Takashi Shimitzu. Aqui, as figuras do medo são as de um sótão, por onde se entra, tendo em conta um pequeno mas importante encontro de passagens como um guarda-fatos, um livro e, finalmente, o sótão onde mora a maldição. Tudo, supostamente, espaços fechados, que nos agarram a alma e o corpo em rostos relapsos de luz e sombras.
Os fantasmas de Takashi Shimitzu são medonhos e assustadores, as caras servem-se apenas de uma pintura e longos cabelos a taparem a identificação possível de um rosto. As figuras do medo não procuram machados, facas ou máscaras, não procuram vítimas para obter esguichos de sangue, mas pretendem, tão simplesmente, abraçar e amaldiçoá-las por lá terem entrado, lá no espaço fechado do sótão, ficando para o eterno sempre a pertencerem ao fantasma do sofrimento. O abraço arrasta quem entra para um lugar onde somente podemos imaginar, provavelmente onde só os demónios o povoam para devorar a carne dos abraçados. A maldição recai sobre os intrusos e os espectros não perdoam aos que os visitam. O olho que espreita pela brecha do livro, espreita-nos por uma fina abertura do rosto nos espessos e longos cabelos negros que nos riscam da existência. Aos amaldiçoados, cabe-lhes ouvir o estranho som produzido por uma garganta estrangulada pelo opressor. Mais não digo, já tenho rostos a sair das sombras…
…ao filme apenas uma crítica, Takashi Shimitzu, agarrando-se aos lugares de sucesso dos anteriores filmes, repetiu-se

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