A PRETO E BRANCO, CARLOS REIS


visitei, há algumas semanas, na Cooperativa Árvore, Porto, a exposição A Preto e Branco, Pintura, Desenho e Cerâmica, de Carlos Reis.
Tal como o nome refere, duas séries de trabalhos em que o preto e branco predominam, originando uma paradoxal ausência dos principais elementos da pintura, e da arte em geral, o uso da cor.
O recurso apenas ao somatório (branco) e a ausência (preto), origina no gesto da pintura um encontro com figuras da não-cor (discutível: ou na dicotomia da cor, se preferirem). Na ausência abre-se o somatório, e por elas visionamos as flores sem as matizes que as definem. No escuro da pintura rasga-se em luz, os cubos e as figuras brancas, carregadas de percepções inteligíveis: números, flores, sinais matemáticos (fazendo entender uma soma total das figuras), a mão como assinatura sempre presente do autor ao longo de todo o conjunto da obra. Tudo se conjuga, por fim, como uma história pintada sobre o espaço carbónico da cor

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