JORGE QUEIROZ, EM SERRALVES

aguarela
confesso que desconhecia totalmente a obra de Jorge Queiroz. Mas os encontros estão destinados à incerteza dos dias, e por isso, na minha última visita a Serralves eduquei a observação para a sua pintura com uma espécie de Figuras no País das Maravilhas. Despertei sobretudo para as aguarelas, onde as formas ganham cores, traços e contornos humorísticos, distorções como num jogo de espelhos, onde as imagens engordam e se torcem na magreza do risco. Geralmente os corpos são vistos de costas ou os rostos surgem apagados pelas aguarelas, acrescendo luminosidade ao espaço. De facto, muitas são as vezes em que a cor que preenche as paredes do lápis, se derrama como sangue das cabeças das figuras, revelando, talvez, um hipotético estado psíquico das mesma, como por exemplo a curiosa a figura do circulo verde no rosto daquilo que li como sendo um palhaço, ou no corpo deitado no chão por onde se esfumam outras figuras e cores…
Li em Serralves:
os desenhos, vídeos e aguarelas de Jorge Queiroz utilizam o fantástico e o grotesco como base de uma cosmogonia singular. Figuras e situações associam humor e tragédia, referências reconhecidas e narrativas extraordinárias, num uso surpreendente do desenho como suporte para as suas ficções visuais não narrativas. O confronto entre densidade e dispersão origina em cada desenho um caleidoscópio particular que filtra a realidade para um novo universo de transgressão humorística. Cria um efeito barroco na justaposição de motivos e referências

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