E ÀS CATORZE HORAS UM "THAT'S IT?!" (diário de uma viagem ii)

o relógio astronómico de Praga

faltavam dez minutos para as catorze horas e já, na praça da Cidade Velha de Praga, se tinham aglomerado milhares de pessoas em frente ao belíssimo relógio astronómico. Em frente ao mesmo, junto de um grupo de norte-americanos, entretinha-me a ler, enquanto esperava, o meu Guia American Express, que me informava que à hora certa iriam passar figuras mecânicas na parte superior. Segundo o mesmo Guia, este relógio é um trabalho único, com fabulosas figuras suspensas que se movem em cada toque, sendo elas: a Avareza, a Vaidade, a Morte (com um sininho), e por último a Luxúria …no seu centro movimenta-se um outro círculo de igual beleza, um relógio astronómico com o sol em Carneiro. Os números de 1 a 24 estão em árabe. O relógio é a própria imagem do Universo, cujo propósito não era o de informar sobre a hora exacta, mas o de imitar as supostas órbitas do Sol e da Lua em redor da Terra. A mão com o Sol, que aponta para a hora, regista três tipos diferentes de tempo. O anel exterior com os números árabes medievais mede o tempo da Antiga Boémia, no qual o dia de 24 horas é medido pela posição do Sol. O anel com numeração romana indica o tempo tal como o conhecemos. A parte azul do mostrador representa a parte visível do céu. Este é dividido em doze partes. No chamado tempo babilónico, o período do dia era dividido em doze horas. O relógio mostra também os movimentos do Sol e da Lua através dos doze signos do Zodíaco.

Eis que chegada a hora certa, duas pequenas janelas abrem-se, primeiro ficando entreabertas para acordarem o transeunte mais distraído, e ao segundo toque correm totalmente, passando por elas cada um dos apóstolos que, logo depois de se virarem, seguem caminho. No fim de toda aquela azáfama, os norte-americanos presentes disseram num alto e bom tom um astronómico THAT’S IT?! Desiludidos, pela falta de festival, sentaram-se a comer precisamente hambúrgueres numa esplanada, mesmo em frente da casa de Franz Kafka

Comentários

Anónimo disse…
Pois também, nos dias de hoje, os cidadãos conscientes deste mundo olham para o povo americano e devolvem a expressão: "That's it?!"

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