QUEM FAZ A "PELE DOS LIVROS"

autor desconhecido, s/título
a boa ou má qualidade da pele

a qualidade da "pele dos livros" denota, a meu ver, a verdade sobre o seu conteúdo, por isso dou uma grande importância às capas recorrendo à ajuda, sobretudo, de pintores. Desta feita, o pintor Júlio Cunha tem sido uma maravilhosa descoberta, como artista plástico, um dos melhores da sua geração, a meu ver. A amizade nasceu quando Manuel Carneiro lhe encomendou a capa de “Capricho 43”. O artista depressa se apercebeu do minimalismo literário e não fez por menos, um magnífico trabalho, uma das melhores capas, a meu ver, juntamente com “A Casa de Al’isse, feita pela pintora Isabel Ferreira Alves. A meu pedido, junto da editora, as capas dos meus livros, são realizadas por pintores, para desta forma evitar as faces enjoativas e “benettónicas”, assim lhes chamei um dia. Com a ajuda destes e de outros “a pele da leitura” ganha uma outra tonalidade.

Atrevo-me a comparar as actuais capas dos livros com as novas madeixas das mulheres, cada vez mais laranjas, vermelhas, azuis, etc. Toda uma tonalidade enjoativa de estar no feminino. Tenho já saudades do tradicional castanho, loiro ou preto. Serão as mulheres mais vistosas pelas cores espampanantes? Serão os livros mais vistosos pelas cores e estampagens enjoativas? O “tunning” literário. Ora viva os raros pintores (e os designers) que fazem da pele dos livros, verdadeiras obras de arte e de bom gosto.
Já agora é de realçar pela boa "qualidade de pele" as capas feitas pelas editoras: Labirinto; Quasi; Relógio d’Água; Antígona; Edição 70; e sobretudo Assírio&Alvim…

pela negativa, as capas linha "tunning" ou "benettónicas": Presença; Europa-América; Pergaminho; Gailivro; etc. ( salvo raras excepções)

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