DÁ-ME O TELEMÓVEL, JÁ! (parte 1)
é sabido que a sociedade do objecto troca o afecto pelo volume... de todos os objectos criados pelo homem, aquele que maior dependência criou foi sem dúvida o telemóvel. São muitos os portugueses que têm mais de um, e que, como se não bastasse, os trocam com justificações pouco credíveis, de... “pixels” a mais ou a menos, etc.
Tenho para com esse objecto uma relação de desprezo, pouso-o desligado num canto e só me lembro dele quando necessito verdadeiramente. Ao fim de semana nem sequer existe. A Catarina, por exemplo, tem um telemóvel há mais de oito anos que, por motivos da sua longa idade e estética já inadequada, é alvo de chacota e observações algo pejorativas.
Mantemos uma relação de desdém para com esta tecnologia de aproximação de tudo menos aquilo que importa, e se alguém nos quer contactar, há sempre uma outra forma sem ser através deste objecto maldito.
Devido a esta filosofia minha, e não só, no trabalho já me disseram que tenho de ter o telemóvel disponível para uma qualquer emergência... o telemóvel é sem dúvida um objecto maldito, e só aqui está para nos amaldiçoar a vida…
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