A COISA CRÓNICA (Made in China)
de uma forma geral, detesto tudo aquilo que é Made In China. Recentemente entrei no Imaginarium, uma loja com brinquedos didácticos que me fazem lembrar os brinquedos da minha infância. Desta vez, agarrei-me a um despertador que até brilha no escuro. A senhora que me atendeu ao explicar como funcionava, detectou que dois dos despertadores à venda naquela loja não funcionavam, por baixo do plástico suspeito lá vinha escrito Made in China.
Nem de propósito, esta semana o leite para bebé contaminado. E assim - se estivermos mais atentos - se sucedem, produto atrás de produto, um sem número de casos em que a qualidade se deteriorou em muito. Agora notamos mais plástico nas coisas, e tudo se tornou mais leve, apesar de manter o preço anterior.
Procuro aplicar, nos produtos feitos na China, a mesma política que destinava aos Made in Indonésia, na época de um Timor martirizado. Resumindo, saí da loja sem o dito despertador e com a sensação que no Imaginarium agora há cada vez mais plástico barato (feito sei lá bem por que mãos de crianças) do que outra coisa.
Recentemente encontrei um fabuloso livro chamado Low Cost de Massimo Gaggi e Edoardo Nardue, publicado pela Teorema, que nos fala precisamente deste fenómeno que Guy Debord denominava de «Enganar a Fome» de um modo geral este livro olha para o papel de empresas como o Google, o Skype, a Zara ou a companhia aérea Ryanair para argumentar que a classe média está a desaparecer.
É uma obra que explica como todo este plástico nos faz crer como, de um modo geral, ainda pertencemos a uma classe média: os produtos Made in China; Zara; Mango; IKEA; etc.
Mas… sobre isto só na próxima COISA CRÓNICA