O ESTRANHO HOMEM E O "ENTRANHO" DA FIGURA

após colocar este "post" à pressa, e sem leitura prévia, agora sim foi corrigido e já só tem alguns erros...
agradeço à pirataria o facto de me possibilitar ver alguns filmes que, de outra forma, não conseguiria, pois - para além dos bilhetes caros - na sua maior parte não chegam ao público português. É um facto que os filmes, como tudo, são na verdade cada vez mais estandardizados. O público é canalizado para salas cheias do mesmo, sem opção, sem qualidade, uma vez que as salas para os ditos filmes não comerciais quase não existem (ou nem sequer chegam a entrar no circuito comercial). Isto é, a meu ver, o que de bom traz a dita pirataria, pois uma parte dela (pequena, eu sei) possibilita distanciarmo-nos da atenção dirigida unicamente para determinados filmes comerciais. E este é o caso de um filme, KABLUEY, realizado por Scott Prendergast. Um trabalho brilhante cuja história me encantou, unicamente pela metamorfose de Saman, um homem taciturno, despojado de bens, de emprego, de amigos que, uma vez vestido de boneco azul, sofre uma implícita transformação numa espécie de super-homem, interagindo como figura (boneco), na vida das pessoas, escutando as suas histórias, participando nas suas intrigas, etc. De facto, o melancólico homem, que ninguém gosta ou passa atenção, uma vez mascarado, é convidado inclusive para todas as circunstâncias. Como ninguém faz ideia de quem está por detrás da enorme bola azul, uma vez despido desta, Saman tem o verdadeiro poder do super-homem, conhece as histórias de todas as pessoas sem ser reconhecido por todas elas como a fonte de confidência, naquele estranha estrada. E esta é a ideia implícita do filme que, a meu ver, deveria ter sido mais explorada para ser brilhante

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