A raspadinha partidária e os tachos (A Coisa Crónica)

a grande sopa partidária
estas eleições espelharam aquilo que de mais genuíno tem um escrutínio partidário da chamada política do tacho. Do que pude assistir, os candidatos pouco ou nada falaram de ideias e principalmente da Europa que procuram, em vez disso, assistimos às tradicionais promessas que todos sabem não valer de nada, com comícios onde a voz pomposa se eleva constantemente à escala de uma soprano (como estou cansado do estratégico e bacoco tom de voz de comício político que começa calmo e termina sempre em exaltação), bombos nas ruas, beijocas repenicadas, etc. Em Portugal as eleições voltaram-se de novo para o tamanho das promessas e ataques com toda a essência do ódio pelo outro e não para os reais objectivos de uma Europa mais justa, etc.
Os políticos que me apelam ao voto, como se disso dependesse a real democracia, imagino-os a viverem numa típica aldeia partidária onde todos desejam ser o Obelix contra os Romanos. Só que em vez de terem caído num caldeirão, caíram nos tachos onde encontraram uma sopa partidária diluída de pensamento. Como se não bastasse, nestas eleições não entendi bem quem eram os romanos ou os gauleses, muito menos quem de facto poderia ser o verdadeiro Obelix. Na verdade, o que realmente contactei foi um pobre Ideiafix (a ideia fixa), baseado somente numa política cheia de lugares rotineiros, de beijocadas comuns, caldeirada de promessas e o constante bota a baixo ao jeito da frase"os romanos estão loucos".
Nesta aldeia partidária, também há druidas... mas onde deveria existir um caldeirão com uma poção mágica - capaz de dar força a quem dela bebesse - existe antes um tacho, onde o druida faz a sua sopa, um tacho de partidos e partidários, clubes e clubinhos, à espera de uma raspadinha neste domingo. Sei bem, o que me faria voltar às urnas e acreditar novamente nas eleições, enquanto isso... "a César o que é de César"

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