"O Ano do Pensamento Mágico" de Joan Didion
na sexta-feira fui ao Teatro Nacional São João, no Porto, para assistir à peça "O Ano do Pensamento Mágico" de Joan Didion, interpretada pela actriz Eunice Muñoz, música original de João Gil e encenação de Diogo Enfante.
Confesso-vos que, no início, a ideia de assistir a um monólogo não me agradou, por todas as razões que advém da oralidade quase estática. Mas as duas horas deste monólogo - interpretado pela sempre mágica Eunice Munõz - foram deveras arrebatadoras, o tempo esse foi até demasiado fugaz. É verdade que os monólogos são sempre difíceis e a catarse de um solilóquio sempre perigosa, pois facilmente podem cair no aborrecimento e, até mesmo, no "adormecimento" do cansado público de sexta-feira à noite, mas felizmente assim não foi... pelo contrário, logo nos primeiros minutos, Eunice facilmente agarrou o espectador já atento e aguçado pela curiosidade de um fio narrativo, bem ao jeito de um contador de histórias que a actriz soube representar na oralidade sempre ritmada, agarrando-se bem à presença e ao impacto inicial junto do público que em silêncio se aguardava para ouvir o que havia para dizer.
Por fim, uma palavra de felicitação para os cenógrafos que criaram um cenário que se movia marcado pelo próprio compasso dos tempos, como uma objectiva fotográfica sobre o "pathos" da obra, e finalmente para o piano de João Gil que soube acompanhar o dramatismo sem nunca se sobrepor à mesma.
No fim, um aplauso arrebatador e merecido
Confesso-vos que, no início, a ideia de assistir a um monólogo não me agradou, por todas as razões que advém da oralidade quase estática. Mas as duas horas deste monólogo - interpretado pela sempre mágica Eunice Munõz - foram deveras arrebatadoras, o tempo esse foi até demasiado fugaz. É verdade que os monólogos são sempre difíceis e a catarse de um solilóquio sempre perigosa, pois facilmente podem cair no aborrecimento e, até mesmo, no "adormecimento" do cansado público de sexta-feira à noite, mas felizmente assim não foi... pelo contrário, logo nos primeiros minutos, Eunice facilmente agarrou o espectador já atento e aguçado pela curiosidade de um fio narrativo, bem ao jeito de um contador de histórias que a actriz soube representar na oralidade sempre ritmada, agarrando-se bem à presença e ao impacto inicial junto do público que em silêncio se aguardava para ouvir o que havia para dizer.
Por fim, uma palavra de felicitação para os cenógrafos que criaram um cenário que se movia marcado pelo próprio compasso dos tempos, como uma objectiva fotográfica sobre o "pathos" da obra, e finalmente para o piano de João Gil que soube acompanhar o dramatismo sem nunca se sobrepor à mesma.
No fim, um aplauso arrebatador e merecido