Polémica em volta de uma rua no Porto
para os mais distraídos, tem andado à baila uma contestação originada pelo desejo de alguns notáveis em dar o nome de uma rua do Porto a José Saramago. Na verdade, de um modo geral, mantenho-me indiferente a este desejo quase digno de um estudo onomástico, ao procurar criar um topónimo, nome de lugar, a partir de um antropónimo, nome de gente. Sou dos que pensam, como Vergílio Ferreira, entre outros, que o nome de uma rua funciona como as estátuas dos nossos heróis, pequenos chumbos antropomórficos dos mortos que surgem como lembretes para aqueles que passam apressados na rua recordarem os que, até em vida, foram esquecidos. Sim, talvez Saramago não tenha sido esquecido em vida, nem o será provavelmente depois de morto, mas reconheço que dar-lhe um nome de rua é um gesto de grande reconhecimento por parte de uma cidade, cujo o antigamente o conotava como uma cidade de letras e autores e de grande vida literária, agora esparsa em pequenas actividades de heróis que tentam manter a chama viva.
Depois de reflectir melhor sobre o assunto, a ideia amadureceu e agradou-me, de facto entre as ruas de Almeida Garrett, de Júlio Dinis, ou até mesmo de Camões deve haver um merecido lugar com o nome de José Saramago, uma vez que lá nisto também sou da opinião daqueles que defendem, a meu ver justamente, que as "Scuts" a haver são para todos.
Depois de reflectir melhor sobre o assunto, a ideia amadureceu e agradou-me, de facto entre as ruas de Almeida Garrett, de Júlio Dinis, ou até mesmo de Camões deve haver um merecido lugar com o nome de José Saramago, uma vez que lá nisto também sou da opinião daqueles que defendem, a meu ver justamente, que as "Scuts" a haver são para todos.
A carta a qual tive acesso, por email, vinha assinada por Mário Cláudio, um autor que admiro e leio incondicionalmente. Felicito-o a si e ao seu gesto, subscrevendo-o, apesar do nome das ruas não me dizerem nada sobre elas