O "bentasbook" televisivo

na verdade as televisões não são mais do que um prolongamento do hi5 ou do facebook
eis que, quando mal se esperava que os canais públicos e privados portugueses já praticamente tinham batido bem no fundo, e que já tínhamos, há muito, atingido o pior nível de programação possível, verificamos que nunca como hoje os programas são 100% vazios de conteúdo. O que piorou?
A meu ver, as televisões querem sobretudo adaptar-se à concorrência mais directa, ou seja, à internet, por isso não são mais do que um prolongamento do hi5 ou do facebook só que televisivo, com a exposição da vida íntima a níveis vexativos e desumanos no seu mural, carregado de jogos de quintas e a "foto-exposição" gratuita do espaço íntimo da alta sociedade amimalhada... uma espécie de "bentasbook" televisivo à portuguesa. Programas que funcionam como aquele amigo porreiro que todos parecem gostar de ter adicionado, sim um "bentasbook" unicamente carregado de escândalo e voyeurismo bacoco, destinado a uma cambada de idiotas que ainda têm por nome pomposo de telespectador.
Na verdade, a ver pelo que apresentam, ao adicionarem estes "programas que querem ser amigos adicionados", os canais tablóides têm mesmo como sinónimo de telespectador, aquele idiota que rumina a vida como uma vaca no prado, ou ainda, aquele que come qualquer porcaria que lhe passe à frente, etc.
Não me chegam os dedos das mãos para vos enumerar os "programas amigos" que os portugueses têm nos seus grupos, e que foram correctamente feitos para a "idiocracia do perfil". Hoje não há programas, há perfis de programas, o perfil do apresentador afeminado que fala dos escândalos ou o perfil da apresentadora pomposa, etc. Na verdade esta máxima não afectou apenas a televisão, passou também para tudo o resto da vida social. Assim, tal como na televisão, hoje não há actores, há o perfil de actor, como também não há músicos, não há escritores, não há políticos... só um perfil que todos desejam adicionar

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