Manuel Alegre, o "poeta-candidato" ou um "candidato a poeta"?
um Manuel pouco alegre e mais triste
durante estas semanas, juntei-me a algumas das manifestações de professores do ensino cooperativo dignas de registo. A primeira, não foi tanto uma manifestação, mas antes um encontro com o candidato do PCP, Francisco Lopes. Este, educadamente, escutou todos os professores e apontou todos os receios que dizem respeito ao futuro nada bom da educação. Durante a longa conversa, demonstrou-se ser um candidato bem à altura, bastante informado sobre a realidade do ensino cooperativo; a segunda, agora sim uma manifestação com todos os números dignos de registo, foi com o candidato do PSD, Cavaco Silva. Mais uma vez um político preocupado e ciente do verdadeiro sentido de educação. A sua recepção ao professores foi francamente calorosa, dando-lhes o tempo precioso da campanha, sempre sem correr, sem pressas... bastante disposto a ouvir e, sobretudo, a escutar...
Pois bem, a última manifestação em qual participei não poderia ter corrido pior... depois dos professores estarem largas horas à chuva e ao frio, enquanto esperavam por um encontro combinado com o "estranho" candidato barbudo do PS, por fim lá apareceu Manuel Alegre, que passou por eles como um foguete, revelando na expressão uma clara falta de paciência, olhando-os como empecilhos da sua candidatura obcecada. Apesar dos pedidos, a ninguém quis ouvir, mal humorado e, até mesmo, muito mal-educado. Foi preciso um dos responsáveis da campanha, na região de Viana do Castelo, bem mais sensível às causas da educação, ir lá chamá-lo, envergonhado por este apenas se limitar a receber o triste manifesto, demonstrando indiferença, alguma ignorância e insensibilidade estratégica junto do eleitorado.
No final, ficou bem claro que, dos poucos apoiantes que por ali existiam à candidatura de Manuel Alegre, ninguém votará neste poeta-candidato tão "insensível" aos próprios versos que lhe foram declamados numa constatação bastante civilizada