"O Cisne Negro" de Darren Aronofsky versus "O Rapaz de Boticelli" de Mafalda Ivo Cruz
fui ver o tão aclamado "Black Swan", "O Cisne Negro", de Darren Aronofsky. Apesar de todos os ingredientes necessários ao óscar estarem lá presentes (e leiam isto como crítica pejorativa), o filme tem de belo a fabulosa representação da tortura paradoxal do gesto. De facto, ao negro (a loucura levada ao limite pelo dedicado esforço de uma bailarina), sobrepõe-se o belo cisne ocupado pelo movimento da dança. O tema da tortura do corpo desta bailarina, fabulosamente desempenhada pela actriz Natalie Portman (recebeu durante a entrega dos Óscares, neste fim de semana, o de melhor actriz, pelo pelar aqui representado), fez-me lembrar um livro de Mafalda Ivo Cruz, "O Rapaz de Botticelli", bem mais profundo do que o filme, no movimento e na realidade