PARA MARIA GABRIELA LLANSOL

falcão peregrino
para Maria Gabriela Llansol

ensinas a ler, arrancando a mão com que a ave se firma na água

de bico comprido mantive-me altivo - como aprendi a fazê-lo, inicialmente, contigo – cheirando, por cima das palavras, a superfície capilar do sentido
lá no alto, segue-se a aprendizagem do voo

um falcão, que vê todo o texto, chama por mim, pede que abandone as águas e sobrevoe o mundo da metanoite, antes que me torne naquela idónea ave de um rio, onde as figuras se mantinham como girinos em vez de batráquios textualinos
dispostos a saltar para a língua, nenúfar de um tanque de palavras

Comentários

Alex disse…
E ela, a abrir o último livro publicado, "Os cantores de Leitura", pedia(nos) silêncio. Quer-me parecer que os media em Portugal, sem lhe terem lido, adivinharam-lhe a vontade. Ou então, sem eles saberem, foi ela quem lhes aliviou o esforço, e a má consciência. Mas, como calar-mo-nos, se ela não se cala em nós?! Como?
Continuar é preciso, com GabriELA, sempre.
1 Ab
José Cunha
Anónimo disse…
O grande falcão da escrita, cada pena das suas largas asas permite um levantar intertextual, cada pena será a bem dizer o contributo rizomático que cada um de nós poderá dar para que a escrita saia do objectivo , e entre no subjectivo. Todas essas penas(leitores) permitirão uma leitura fora da impostura e cada vez mais à moda Llansoliana.

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